Comitê sobre Saúde da População Negra tem primeira reunião anual
A primeira reunião anual do Comitê Técnico de Saúde da População Negra (CTSPN) acontece nesta terça (17) e quarta-feira (18) no edifício do Ministério da Saúde do Setor Comercial Sul, em Brasília. O Comitê, coordenado pelo Departamento de Apoio à Gestão Participativa (Dagep), da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP), reúne-se trimestralmente.
O objetivo do encontro é pensar um plano de ação para o desenvolvimento da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) ao longo do ano. A Política foi instituída pela Portaria 992, de 2009. Também serão avaliadas e redefinidas estratégias de implementação já em curso.
Em pauta, uma discussão sobre racismo institucional e as estratégias de desenvolvimento da Política, seu financiamento e a organização de um Seminário Interinstitucional sobre o Quesito Cor nos Sistemas de Informação. O evento está previsto para acontecer no segundo semestre deste ano.
Também serão discutidas as prioridades da SGEP na 14ª Conferência Nacional de Saúde e apresentada a Política HumanizaSUS, do Ministério da Saúde.
Participam representantes de todas as áreas do MS, dos colegiados intergestores do SUS e de Movimentos Sociais Negros indicados pela Secretaria Especial de Promoção da Equidade Racial (SEPPIR), além de pesquisadores do tema.
A reunião acontece em cumprimento à Portaria 1.678, de 2004, que orienta a criação do CTSPN como protagonista na formulação da Política. Trata-se de um marco legal que visa a responder às demandas históricas das organizações sociais negras por um SUS livre do racismo institucional.
Perfil elaborado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República revela que a nova classe média brasileira, formada por 95 milhões de pessoas, tem a maioria feminina (51%) e branca (52%) e é predominantemente adulta, com mais de 25 anos (63%).
Os dados são da Pesquisa de Amostra Domiciliar (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) antes do Censo 2010, e agora recompilados pela SAE para estabelecer o perfil da classe C que, na última década, teve o ingresso de 31 milhões de pessoas e tornou o estrato social mais volumoso. A renda familiar da classe média varia de R$ 1 mil a R$ 4 mil mensais.
O perfil da nova classe média é tema do seminário que o governo promove nesta segunda-feira, em Brasília, para estabelecer novas políticas sociais para o segmento. Segundo os dados, a nova classe média é majoritariamente urbana (89%) e, em sua maioria, está em três regiões brasileiras: Sul (61%), Sudeste (59%) e Centro-Oeste (56%). O percentual da população nesse estrato social é maior em cidades de pequeno porte (45%), com menos de 100 mil habitantes, do que em regiões metropolitanas (32%) e em cidades de médio porte (23%).
Os dados educacionais revelam que 99% das crianças e adolescentes (7 a 14 anos) da classe média frequentam a escola. A proporção é a mesma que a da classe alta. A frequência escolar nas faixas etárias mais velhas é, no entanto, comparativamente menor. Na classe alta, 95% dos jovens de 15 a 17 anos e 54% dos adultos de 18 a 24 anos frequentam escola; enquanto, na classe emergente, os percentuais caem para 87% e 28%, respectivamente.
Apesar do perfil escolar mais baixo, a SAE afirma que a classe C tem buscado incrementar a formação escolar. Segundo o secretário executivo da SAE, Roger Leal, o total de anos dedicados ao estudo é maior que no passado, e a classe C tende a se beneficiar da melhoria da qualidade no ensino. Para ele, é natural a junção entre um acesso mais amplo à educação e um espaço maior no mercado de trabalho.
Conforme a SAE, seis em cada 10 pessoas da classe C estão empregadas. A maioria dessas tem registro formal (42% com carteira assinada e 11% como funcionário público); 19% trabalham sem registro; outros19% trabalham por conta própria; 3% são empregadores; e 6% não são remunerados. O perfil de formalização da classe C (53%) está acima da média nacional (47%), mas, na classe alta, o índice de formalização é maior, 59%.
"O fato de a pessoa chegar à classe média, de ter tido um incremento do rendimento, experimentado alguma ascensão social, não significa dizer que houve formalização do emprego", pondera Leal, ao destacar que não há uma relação rigorosa entre a melhoria da qualidade de vida e a legalização do vínculo empregatício. "Isso não quer dizer que o combate à pobreza gere formalização do emprego."
Ainda conforme os dados compilados da Pnad 2009, três quartos da classe C moram em casa própria, sendo 99% dos domicílios de alvenaria ou madeira emparelhada; com forro ou cobertura de laje, telhado ou madeira emparelhada. Os dados analisados pela SAE serão publicados no site da Secretaria .
- Agência Brasil